domingo, 30 de dezembro de 2012

Frases de Padre Pio (Por Temas)


Oração
“Sejamos imensamente gratos à Nossa Senhora, porque foi Ela que nos deu Jesus!”
“A Virgem Maria está sempre pronta a nos socorrer, mas por acaso o mundo a escuta e se emenda?”
“Uma filha espiritual perguntou a Padre Pio: “Como o senhor consegue rezar tantos terços? Pe. Pio respondeu: E você, como consegue não rezá-los?”
“Se somos devotos de Maria devemos, então, imitá-la”.
“Nossa Senhora é o meio mais rápido de se chegar a Deus”.
“Que Nossa Senhora aumente a graça em você e o faça digno do Paraíso”.
“Quanto ficará no purgatório quem julga, quem reclama, quem calunia!”
“Fortifique-se com o alimento Eucarístico”.
“Jesus está sempre sozinho no tabernáculo.Faça-lhe um pouco de companhia.”
“Somente no paraíso seremos plenamente felizes”
“Rezemos muito pelos pecadores e pela libertação das pobres almas do purgatório”.
“O melhor conforto é o que vem da oração”.
“A oração é a mais sólida e indestrutível base de todas as obras”.
“Ao assistir a Santa Missa você é preservado de muitas desgraças e perigos, pelos quais você seria abatido!”
“Quanto mais se caminha na vida espiritual, mais se sente a paz que se apossa de nós”.
“Reze pelos infiéis, pelos fervorosos, pelo Papa e por todas as necessidades espirituais e temporais da Santa Igreja, nossa terna mãe. E faça uma oração especial por todos os que trabalham para a salvação das almas e para a gloria do nosso Pai Celeste.”
“A oração é a efusão de nosso coração no de Deus”
“Salve as almas rezando sempre”.
“A oração é a melhor arma que temos. É uma chave que abre o coração de Deus. Você deve falar com Jesus também com seu coração, não só com seus lábios. Na realidade, em algumas ocasiões, deve falar-lhe somente com o coração.”
“O Santo Rosário é a arma daqueles que querem vencer todas as batalhas”.
“Quem reza muito se salva. Quem reza pouco está em perigo. Quem não reza se perde”.
“Não se aflija ao ponto de perder a paz interior. Reze com perseverança, confiança, calma e serenidade.”
“O Coração de Jesus não deixará cair no vazio a nossa oração se ela for plena de fé e de confiança”.
“Mantenha-se sempre muito unido a Igreja Católica, pois somente ela pode lhe dar a verdadeira paz, porque somente ela possui Jesus Sacramentado que é o verdadeiro Príncipe da Paz.”
“Nunca vá se deitar sem antes examinar a sua consciência sobre o dia que passou. Enderece todos seus pensamentos a Deus, consagre-lhe todo o seu ser e também todos os seus irmãos. Ofereça à glória de Deus o repouso que você vai iniciar e não esqueça do seu Anjo da Guarda que está sempre com você”.
“Nunca se canse de rezar e de ensinar a rezar”
Humildade
“Nunca atribua a você mesmo qualquer bem, qualquer coisa boa que descubra em você, pois, tudo vem de Deus. É a Ele que você deve dar honra e glória.”
“Aquele que procura a vaidade das roupas não conseguirá jamais se revestir com a vida de Jesus Cristo”.
“A humildade e a caridade são as “cordas mestras”. Todas as outras virtudes dependem delas. Uma é a mais baixa; a outra é a mais alta. A firmeza de todo o edifício depende da fundação e do teto!”
“Quantos maiores forem os dons, maior deve ser a humildade, lembrando de que tudo lhe foi dado por empréstimo. Para que se preocupar com o caminho pelo qual Jesus quer que você chegue à pátria celeste – pelo deserto ou pelo campo – quando tanto por um como por outro se chegará da mesma forma à beatitude eterna?”
“É necessário ter sempre constantes estas duas virtudes: a docilidade com o próximo e a santa humildade”.
“Em tudo o que você fizer, seja sempre humilde, guardando zelosamente a pureza de seu coração e a pureza de seu corpo. Estas são as duas asas que nos elevarão a Deus e nos farão quase divinos.”
“Que Maria seja toda a razão de sua existência e o guie ao porto seguro da eterna salvação. Que Ela lhe sirva de doce modelo e inspiração na virtude da santa humildade.”
“A simplicidade agrada muito a Deus”.
“Quando alguém ia falar com Padre Pio para agradecer-lhe, ele sempre respondia: ‘Agradeçamos a Jesus’”.
“Tire de seu coração todas as paixões deste mundo, humilhe-se na poeira e reze! Dessa forma, certamente você encontrará Deus, que lhe dará paz e serenidade nesta vida e a eterna beatitude na próxima.”
“Humilhemo-nos nas humilhações”.
“Quem se apega às coisas terrenas, a elas fica sempre apegado. Com certeza devemos deixá-las um dia. É melhor desapegar-nos um pouco de cada vez do que de uma só vez. Pensemos sempre no Céu.”
“O Senhor se comunica conosco à medida que nos libertamos do nosso apego aos sentidos, que sacrificamos nossa vontade própria e que edificamos nossa vida na humildade”.
“A pessoa que nunca medita é como alguém que nunca se olha no espelho e, assim, não se cuida e sai desarrumada. A pessoa que medita e dirige seus pensamentos a Deus, que é o espelho de sua alma, procura conhecer seus defeitos, tenta corrigi-los, modera seus impulsos e põe em ordem sua consciência”.
“Soframos com santa resignação na Terra, ofereçamos com generoso amor as nossas cruzes para que passemos do leito de morte direto ao Paraíso.”
“Não queremos aceitar o fato de que o sofrimento é necessário para nossa alma e de que a cruz deve ser o nosso pão cotidiano. Assim como o corpo precisa ser nutrido, também a alma precisa da cruz, dia a dia, para purificá-la e desapegá-la das coisas terrenas. Não queremos entender que Deus não quer e não pode salvar-nos nem santificar-nos sem a cruz. Quanto mais Ele chama uma alma a Si, mais a santifica por meio da cruz.”
“A pratica das bem-aventuranças não requer atos de heroísmo, mas a aceitação simples e humilde das varias provações pelas quais a pessoa passa”.
“Cuide de estar sempre em estado de graça”.
“Deus enriquece a alma que de tudo se desapega”.
“Escute-me: desapegue do mundo!”
“Há alegrias tão sublimes e dores tão profundas que não se consegue exprimir com palavras. O silencio é o ultimo recurso da alma, quando ela está inefavelmente feliz ou extremamente oprimida”.
“É por meio das provações que Deus vincula a si almas prediletas”.
Amor
“Você deve ter sempre prudência e amor. A prudência tem olhos; o amor tem pernas. O amor, como tem pernas, gostaria de correr a Deus. Mas seu impulso de deslanchar na direção Dele é cego e, algumas vezes, pode tropeçar se não for guiado pela prudência, que tem olhos.”
“Esforce-se em unir à simplicidade das crianças, a prudência dos adultos”.
“A caridade é o metro com o qual o Senhor nos julgará”.
“Faltar com caridade é como ferir a pupila dos olhos de Deus”.
“Quem começa a amar deve estar pronto a sofrer”.
“A caridade é a rainha das virtudes. Assim como as perolas de um colar se mantêm unidas por meio de um fio, também as virtudes se mantêm unidas pela caridade. E da mesma forma que, se o fio se rompe, as perolas caem, assim também, se a caridade diminui, as virtudes se dispersam”.
“Queira o Senhor conservá-lo sempre no Seu santo amor e fazê-lo atingir a mais alta perfeição cristã.
“A perfeição consiste em fazer com amor a vontade de Deus, seja ela doce, seja ela amarga”.
“Lembre-se que a base da perfeição é a caridade”.
“Quantas discórdias familiares e não familiares dependem sobretudo da falta de caridade, e poderiam ser solucionadas com apenas um sincero ato de amor no qual se saiba sufocar e fazer desaparecer o orgulho e o egoísmo.”
“Persevere, sempre persevere! O Mestre nos ensinou que chega ao final quem persevera sempre; não quem só começa bem”.
“A sua missão é servir de exemplo aos outros, dizer uma boa palavra a quem precisa, amar a Deus e aos irmãos”.
“A superficialidade é o pântano no qual os homens afogaram o Amor”.
“Seja modesto no olhar”.
“Louve somente a Deus e não aos homens; honre ao Criador e não a criatura”.
“Tornemo-nos santos, assim, depois de estarmos juntos na Terra, estaremos juntos no céu”.
“Quando se passa diante de uma imagem de Nossa Senhora deve-se dizer: ‘Eu a saúdo, ó Maria. E cumprimente Jesus por mim’”.
“Que Maria converta em alegria todas as dores da vida”.
Preocupações
“Pobres e desafortunadas as almas que se envolvem no turbilhão de preocupações do mundo. Quanto mais amam o mundo, mais suas paixões crescem, mais queimam de desejos, mais se tornam incapazes de atingir seus objetivos. E vêm, então, as inquietações, as impaciências e terríveis sofrimentos profundos, pois seus corações não palpitam com a caridade e o amor. Rezemos por essas almas desafortunadas e miseráveis, para que Jesus, em Sua infinita misericórdia, possa perdoá-las e conduzi-las a Ele”.
“Não se preocupe com o amanhã. Faça, o bem, hoje”.
“Se alguns pensamentos o agitam, lembre-se de que a agitação nunca vem de Deus.”
“Deve-se pensar nos pecados cometidos somente o necessário para humilhar-se diante de Deus”.
“Afaste todas as preocupações excessivas. Deus esta com você.”
“Jesus nunca o abandonou quando você fugia dele; muito menos o abandonará agora que você quer amá-lo”.
“Se precisamos de paciência para suportar os defeitos dos outros, quanto mais ainda precisamos, para tolerar nossos próprios defeitos”.
“A misericórdia do Senhor é infinitamente maior do que a sua malicia”.
“Olhe para cima e veja como o Céu é belo. Fique tranqüilo, pois Jesus está sempre conosco”.
“Viva feliz. Sirva ao Senhor alegremente e com espírito despreocupado.”
“Confie suas fraquezas à Divina Providência”.
“Jesus sempre vê a boa disposição dos bons, inclusive os bons propósitos da sua alma. Ele aceita e recompensa esses bons propósitos, e tolera as suas limitações e a sua incapacidade”.
“Procure fazer sempre melhor: hoje melhor do que ontem, amanha melhor do que hoje”.
“Não se desencoraje, pois, se na alma existe o contínuo esforço de melhorar, no final o Senhor a premia fazendo nela florir, de repente, todas as virtudes como num jardim florido”.
“Olhe para Jesus crucificado e você encontrará a solução de todos os problemas”.
“Pode-se manter a paz de espírito mesmo no meio das tempestades da vida”.
“Quando desperdiça o tempo, você despreza o dom de Deus, o presente que Ele, infinitamente bom, abandona ao seu amor e generosidade.”
“Quem tem tempo não espere pelo tempo. Não deixemos para amanha o que podemos fazer hoje”.
“O tempo gasto para a glória de Deus e para a saúde da alma nunca é desperdiçado”.
“Enquanto estivermos vivos sempre seremos tentados. A vida é uma contínua luta. Se às vezes há uma trégua é para respirarmos um pouco”.
“Afaste depressa as tentações. Elas são como um tição ardente: quanto mais se segura na mão, mais se queima os dedos”.
“O demônio é como um cão raivoso acorrentado: além dos limites da corrente ele não pode atacar ninguém.
“Não de importância ao demônio, despreze-o!”

Frases de Padre Pio


“Diante de Deus ajoelhe-se sempre.” (Padre Pio)

“Seja perseverante nas orações e nas santas leituras.” (Padre Pio)

- “Dirás tu o mais belo dos credos quando houver noite em redor de ti, na hora do sacrifício, na dor, no supremo esforço duma vontade inquebrantável para o bem. Este credo é como um relâmpago que rasga a escuridão de teu espírito e no seu brilho te eleva a Deus”.(Padre Pio)

- “Menosprezai vossas tentações e não vos demoreis nelas. Imaginai estar na presença de Jesus. O crucificado se lança em vossos braços e mora no vosso coração. Beijai-Lhe a chaga do lado, dizendo: ‘Aqui está minha esperança; a fonte viva da minha felicidade. Seguro-vos, ó Jesus, e não me aparto de vós, até que me tenhais posto a salvo’”.(Padre Pio)

- “O amor é a rainha das virtudes. Como as pérolas se ligam por um fio, assim as virtudes, pelo amor. Fogem as pérolas quando se rompe o fio. Assim também as virtudes se desfazem afastando-se o amor”.(Padre Pio)

- “É preciso amar, amar e nada mais”.(Padre Pio)

- “Quando Jesus vem a nós na santa comunhão, encontra alegria em Sua criatura. Por nossa parte, procuremos Nele a nossa alegria.” (Padre Pio)

- “O santo silêncio nos permite ouvir mais claramente a voz de Deus”.(Padre Pio)

- “Quando te encontrares diante de Deus, na oração considera-te banhado na luz da verdade, fala-lhe se puderes, deixa simplesmente que te veja e não tenhas preocupação alguma”.(Padre Pio)

- “Quanto mais te deixares enraizar na santa humildade, tanto mais íntima será a comunicação da tua alma com Deus”.(Padre Pio)

- “Resigna-te a ser neste momento uma pequena abelha. E enquanto esperas ser uma grande abelha, ágil, hábil, capaz de fabricar bom mel, humilha-te com muito amor perante Deus e os homens, pois Deus fala aos que se mantêm diante dele humildemente”.(Padre Pio)

- “Uma só coisa é necessária: estar perto de Jesus”.(Padre Pio)

- “As almas não são oferecidas como dom; compram-se. Vós ignorais quanto custaram a Jesus. É sempre com a mesma moeda que é preciso pagá-las”.(Padre Pio)

- “Imitemos o coração de Jesus, especialmente na dor, e assim nos conformaremos cada vez mais e mais com este coração divino para que, um dia, lá em cima no Céu, também nós possamos glorificar o Pai celeste ao lado daquele que tanto sofreu”.(Padre Pio)

- “O verdadeiro servo de Deus é aquele que usa a caridade para com seu próximo, que está decidido a fazer a vontade de Deus a todo custo, que vive em profunda humildade e simplicidade”.(Padre Pio)

- “O trabalho é tão sagrado como a oração”.(Padre Pio)

- “A maior alegria de um pai é que os filhos se amem, formem um só coração e uma só alma. Não fostes vós que me escolhestes, mas o pai celeste que, na minha primeira missa, me fez ver todos os filhos que me confiava”.(P.e Pio)

- “Rezai e continuai a rezar para não ficardes entorpecidos”.(Padre Pio)

- “As almas! As almas! Se alguém soubesse o preço que custam”.(Padre Pio)
- “O homem sem Deus é um ser mutilado”.(Padre Pio)

- “Deus nunca me recusou um pedido”.(Padre Pio)

O sábio elogia a mulher forte dizendo: os seu dedos manejaram o fuso. A roca é o alvo dos seus desejos. Fie, portanto, cada dia um pouco. Puxe fio a fio até a execução e, infalivelmente, você chegará ao fim. Mas não tenha pressa, pois senão você poderá misturar o fio com os nós e embaraçar tudo.” (Padre Pio)
“O temor e a confiança devem dar as mãos e proceder como irmãos. Se nos damos conta de que temos muito temor devemos recorrer à confiança. Se confiamos excessivamente devemos ter um pouco de temor”. (Padre Pio)
Como distinguir uma tentação de um pecado e como estar certo de que não se pecou? – perguntou um penitente. Padre Pio sorriu e respondeu: “Como se distingue um burro de um homem? O burro tem de ser conduzido; o homem conduz a si mesmo!” (Padre Pio)

“O Senhor se comunica conosco à medida que nos libertamos do nosso apego aos sentidos, que sacrificamos nossa vontade própria e que edificamos nossa vida na humildade.” (Padre Pio)

“Deus é servido apenas quando é servido de acordo com a Sua vontade.” (Padre Pio)

“Tenhamos sempre horror ao pecado mortal e nunca deixemos de caminhar na estrada da santa eternidade.” (Padre Pio)

“Que Nossa Senhora nos obtenha o amor à cruz, aos sofrimentos e às dores.” (Padre Pio)

“O Senhor sempre orienta e chama; mas não se quer segui-lo e responder-lhe, pois só se vê os próprios interesses. Às vezes, pelo fato de se ouvir sempre a Sua voz, ninguém mais se apercebe dela; mas o Senhor ilumina e chama. São os homens que se colocam na posição de não conseguir mais escutar.” (Padre Pio)

Por que a tentação passada deixa na alma uma certa perturbação? perguntou um penitente a Padre Pio. Ele respondeu: “Você já presenciou um tremor de terra? Quando tudo estremece a sua volta, você também é sacudido; no entanto, não necessariamente fica enterrado nos destroços!” (Padre Pio)

“Como é belo esperar!” (Padre Pio)

“Para mim, Deus está sempre fixo na minha mente e estampado no meu coração.” (Padre Pio)

“Ouço interiormente uma voz que constantemente me diz: Santifique-se e santifique!”
(Padre Pio)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Jovens Católicos



Santa Missa: ponto alto de nossa fé

O ápice da nossa fé é a celebração da Eucaristia, a Santa Missa que a Igreja celebra desde que Cristo instituiu este Sacramento na Santa Ceia. É por meio da Eucaristia que a Igreja se forma, pois, nela, é o próprio Cristo quem faz a sua unidade n'Ele. Falando sobre ela na sua “Profissão de Fé”, o Papa Paulo VI disse:

"Cremos que a Missa, celebrada pelo sacerdote, o qual representa a pessoa de Cristo em virtude do poder recebido no sacramento da Ordem e oferecida por Ele em nome de Cristo e dos membros do Seu Corpo Místico, é realmente o Sacrifício do Calvário, que se torna sacramentalmente presente em nossos altares. Cremos que, como o Pão e o Vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, se converteram no Seu Corpo e Sangue, que logo iam ser oferecidos por nós na Cruz; assim também o Pão e o Vinho consagrados pelo sacerdote se convertem no Corpo e Sangue de Cristo que assiste gloriosamente no céu. Cremos ainda que a misteriosa presença do Senhor, debaixo daquelas espécies que continuam aparecendo aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial” (n.24). 

“Neste sacramento, pois, Cristo não pode estar presente de outra maneira a não ser pela mudança de toda a substância do pão no Seu Corpo, e pela mudança de toda a substância do vinho no Seu Sangue, permanecendo apenas inalteradas as propriedades do pão e do vinho, que percebemos com os nossos sentidos. Esta mudança misteriosa é chamada pela Igreja, com toda a exatidão e conveniência, de transubstanciação. 

Assim, qualquer interpretação de teólogos, buscando alguma inteligência deste mistério, para que concorde com a fé católica, deve colocar bem a salvo que, na própria natureza das coisas, isto é, independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de sorte que o Corpo adorável e o Sangue do Senhor Jesus estão na verdade diante de nós, debaixo das espécies sacramentais do pão e do vinho (31), conforme o mesmo Senhor quis, para se dar a nós em alimento e para nos associar pela unidade do Seu Corpo Místico” (n. 25). 

“A única e indivisível existência de Cristo nosso Senhor, glorioso no céu, não se multiplica, mas se torna presente pelo Sacramento, nos vários lugares da terra, onde o Sacrifício Eucarístico é celebrado. E depois da celebração do Sacrifício, a mesma existência permanece presente no Santíssimo Sacramento, o qual no sacrário do altar é como o coração vivo de nossas igrejas. Por isso estamos obrigados, por um dever certamente suavíssimo, a honrar e adorar, na Sagrada Hóstia, que os nossos olhos veem, ao próprio Verbo Encarnado que eles não podem ver, e que, sem ter deixado o céu, se tornou presente diante de nós” (n.26).

Prof. Felipe Aquino

A descoberta de Deus na atividade habitual

Para aqueles que são chamados por Deus a santificar-se no meio do mundo, converter o trabalho em oração e ter alma contemplativa, é o único caminho, porque "ou sabemos encontrar o Senhor em nossa vida ordinária ou nunca O encontraremos", afirmava São Josemaria.  Convém que meditemos bem devagar sobre este ensinamento capital de São Josemaria. Neste texto, consideraremos o que é a contemplação; em outras ocasiões, deter-nos-emos no aprofundamento da vida contemplativa no trabalho e nas atividades da vida ordinária.  A descoberta de Deus, na atividade habitual de cada dia, dá aos próprios afazeres seu valor último e sua plenitude de sentido. A vida oculta de Jesus em Nazaré, os anos intensos de trabalho e de oração, nos quais Jesus Cristo levou uma vida comum — como a nossa, se o quisermos —, divina e humana ao mesmo tempo, mostram que a atividade profissional, a atenção dedicada à família e as relações sociais não são obstáculo para orar sempre (Lc 18,1), mas ocasião e meio para uma vida intensa de intimidade com o Senhor, até que chega um momento em que é impossível estabelecer uma diferença entre trabalho e contemplação. 
Por esse caminho de contemplação na vida ordinária, seguindo as pegadas do Mestre, decorreu a vida dos primeiros cristãos: «quando passeia, conversa, descansa, trabalha ou lê, o crente ora» (Clemente de Alexandría, Stromata, 7, 7.), escrevia um autor do século II. Anos mais tarde, São Gregório Magno testemunha, como um ideal tornado realidade em numerosos fiéis, que «a graça da contemplação não se dá sim aos grandes e não aos pequenos; mas muitos grandes a recebem, e também muitos pequenos; e tanto entre os que vivem retirados como entre pessoas casadas. Portanto, se não há estado algum entre os fiéis que fique excluído da graça da contemplação, aquele que guarda interiormente o coração pode ser ilustrado com essa graça» (São Gregório Magno, In Ezechielem homiliae, 2, 5, 19.).  O Magistério da Igreja, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, recordou muitas vezes esta doutrina, tão importante para os que têm a missão de levar Cristo a todas as partes e transformar o mundo com o espírito cristão. «As atividades diárias apresentam-se como um precioso meio de união com Cristo, podendo converter-se em matéria de santificação, terreno de exercício das virtudes, diálogo de amor que se realiza nas obras. O espírito de oração transforma o trabalho e, assim, torna-se possível estar em contemplação de Deus ainda que permanecendo nas ocupações mais variadas» ( João Paulo II, Discurso ao Congresso «A grandeza da vida ordinária», no centenário do nascimento de São Josemaria, 12-I-2002, n. 2). 
Ensina o Catecismo que «a contemplação de Deus na Sua glória celestial é chamada pela Igreja de 'visão beatífica'» (CIC 1028). Desta contemplação plena de Deus, própria do Céu, podemos ter uma certa antecipação nesta terra, um princípio imperfeito (Cfr. Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, q. 12, a. 2, c; e II-II, q. 4, a.1; q. 180, a. 5, c.) que, embora seja de ordem diversa da visão, é já uma verdadeira contemplação de Deus, assim como a graça, embora sendo de ordem distinta da glória, é, não obstante, uma verdadeira participação na natureza divina. Agora vemos como num espelho, obscuramente; depois veremos cara a cara. Agora conheço de modo imperfeito, depois conhecerei como sou conhecido (1 Cor 12, 12. Cfr. 2 Cor 5, 7; 1 Jn 3, 2.), escreve São Paulo.  Essa contemplação de Deus como num espelho, durante a vida presente, é possível graças às virtudes teologais, à fé e à esperança vivas, informadas pela caridade. A fé unida à esperança e vivificada pela caridade «faz-nos saborear antecipadamente o gozo e a luz da visão beatífica, fim de nosso caminhar aqui em baixo» (CIC 163). A contemplação é um conhecimento amoroso e gozoso de Deus e de seus desígnios manifestados nas criaturas, na Revelação sobrenatural e plenamente na Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, nosso Senhor. «Ciência de amor» (São João da Cruz, Noite escura, liv. 2, cap. 18, n. 5), chama-a São João da Cruz. A contemplação é um conhecimento total da verdade, alcançado não por um processo de raciocínio, mas por uma intensa caridade (Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae, II-II, q. 180, a. 1, c e a.3, ad 1).  A oração mental é um diálogo com Deus. Escreveste-me: "Orar é falar com Deus. Mas, de quê?" — De quê? D'Ele e de ti: alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias, fraquezas! e ações de graças e pedidos; e amor e desagravo. Em duas palavras, conhecê-Lo e conhecer-te: "relacionar-se!" (São Josemaria, Caminho, n. 91). Na vida espiritual, este relacionamento com Deus tende a simplificar-se à medida que aumenta o amor filial, cheio de confiança. Sucede, então, que, com frequência, já não são necessárias as palavras para orar nem as exteriores nem as interiores. Sobram as palavras, porque a língua não consegue expressar-se; já o entendimento se aquieta. Não se raciocina, olha-se! (São Josemaria, Amigos de Deus, n. 307).  Isto é a contemplação, um modo de orar ativo, mas sem palavras, intenso e sereno, profundo e simples. Um dom que Deus concede aos que o buscam com sinceridade, aos que põem toda a alma no cumprimento de Sua Vontade com obras e procuram mover-se na sua presença. Primeiro uma jaculatória, depois outra e outra..., até que parece insuficiente esse fervor, porque as palavras resultam pobres: e dá-se passagem à intimidade divina, num olhar para Deus sem descanso e sem cansaço(São Josemaria, Amigos de Deus, n. 296). Isto pode suceder, como ensina São Josemaria, não só nos tempos dedicados expressamente à oração, mas também enquanto realizamos com a maior perfeição possível, dentro de nossos erros e limitações, as tarefas próprias de nossa condição e de nosso ofício, afirmava o santo acima citado.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Eu estava errado. Perdoe-me!


Por qual motivo temos dificuldade de pedir perdão?

Em muitas situações de desentendimento e desconfiança nos relacionamentos humanos, bem como nas separações, brigas no trabalho e nos ambientes sociais, é importante reconhecermos uma de nossas grandes falhas: a falta de um pedido de perdão. Não reconhecermos nossos erros é um grande obstáculo na qualidade do convívio. 

Por qual motivo temos estas dificuldades? Um deles é admitir a “perda da nossa dignidade”, ter de passar por cima do nosso orgulho, sentirmo-nos ameaçados ao expormos nossos pontos fracos, ou que, ao pedirmos desculpas, o outro “nos 'passe na cara' ou use isto como uma vingança”, ou ainda que “seja lembrado pelos erros ou punido por ser honesto”. (Powell, J. 1985). Acho que, muitas vezes, você já viveu isto, não é mesmo? 

Em várias situações, sentimo-nos inferiores ao pedir desculpas; temos a necessidade de passar parte de nossa vida provando que somos sempre certos, que somos sempre capazes, que somos fortes e invencíveis. De alguma forma, esta necessidade vai sendo imposta a nós e pode ser uma grande armadilha em nossas vidas. 

Em outras situações, posso usar o seguinte pensamento: "se não recebi as desculpas do outro, por que eu vou me sujeitar a pedir desculpas?”. Isto nada mais é do que um grande processo de imaturidade, ao deixarmos que os comportamentos da outra pessoa possam determinar os nossos comportamentos e atitudes. É como achar certo roubar, porque alguém já roubou, não foi descoberto e nunca foi punido.

Para que possamos chegar ao ponto de pedir desculpas, é válido encontrar um ponto de honestidade com nós mesmos, assumindo falhas e limitações. Esta honestidade interior faz com que vejamos, verdadeiramente, nossa responsabilidade nas situações, possamos reconhecer o que fizemos e entrar numa atitude de reconciliação com o outro. Talvez, nem sempre consigamos perdão, mas a atitude de reconhecer é totalmente sua e, certamente, muito libertadora. 

Peça desculpas, mas livre-se dos que levam você a pensar: “você provocou isto”, “só reagi assim, porque você é culpado”, “estou tratando você como fui tratado por você”. Tais formas “racionais” de explicar um fato, apenas alimentam em nós mais raiva e mais ressentimento. Faz com que cubramos nossos erros e não permite que, honestamente, possamos admitir o que foi feito de errado. 

“O perdão é instrumento de vida” (Cencini, A . 2005) e “força que pode mudar o ser humano”. Certamente, “a falha em pedir desculpas”  e em perdoar só servirão para prolongar a separação entre duas pessoas. Para isto, “a verdade precisa estar presente em todos os sinceros pedidos de desculpa” (Powell, J. 1985), compreendendo a extensão dos prejuízos que nossas atitudes, por vezes desordenadas e desmedidas, possam ter provocado na vida do outro. 

Por vezes, precisamos quebrar nossas barreiras interiores e realizarmos um grande esforço ao dizer: “Eu estava errado, perdoe-me!”, pois este esforço fará sua vida muito melhor, mesmo que o outro não aceite, de imediato, seu pedido, mas sua vida já foi mudada a partir deste gesto.

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

As portas do perdão estão sempre abertas


Se na Igreja não existisse a remissão, não existiria esperança


O Catecismo da Igreja diz algo muito importante: “Não há  pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. "Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar, com segurança, o seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero." Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em Sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (§982).

Então, nenhum pecador pode se desesperar ou desanimar da salvação; seria falta de fé. Basta uma gota do preciosíssimo Sangue de Cristo para perdoar todos os nossos pecados. No entanto, Ele derramou todo o Seu Sangue por nós. Só não pode ser perdoado o pecador de que tiver o coração endurecido e não corresponder à graça de Deus, fechando-se para o arrependimento; é o pecado contra o Espírito Santo. Neste caso, a falta do perdão não acontece por falta de misericórdia divina, mas por ação do pecador que rejeita o perdão de Deus,

Na remissão dos pecados, os presbíteros e os sacramentos são instrumentos que nosso Senhor Jesus Cristo, único autor e dispensador de nossa salvação, faz uso para apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justificação. Por isso, não podemos fugir deste sacramento como alguns o fazem; ao contrário, frequentemente temos de buscar nele o perdão de nossas faltas para ter a consciência em paz conosco e com Deus. A Igreja chama a penitência de "sacramento de cura".

Santo Ambrósio (340-397), o grande doutor que batizou Santo Agostinho, disse que Jesus quis dar a Seus discípulos um poder imenso: que seus pobres servidores realizem em Seu nome tudo que havia feito quando estava na terra. É melhor confessar-se com um sacerdote, humano e também pecador, que entende a nossa fraqueza, do que se confessar com um anjo que nunca pecou. No sacramento da confissão há uma pedagogia divina que nos leva ao ministro sagrado para não só ser perdoado, mas também ser orientado para livrar-se do pecado, o pior de todos os males. (De Paenitentia 1,8,34)

Vemos, então, que os presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. O Senhor sanciona, lá no alto, tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo, disse outro doutor da Igreja, São João Crisóstomo (349-407) (Sac. 3,5). Santo Agostinho disse que: “Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida e de uma libertação eternas. Demos graças a Deus, que deu à Igreja tal dom” (Salmo 88,2,5).

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Vida Do Cristão Católico


Lembremos então as palavras do Divino Mestre que diz: “Quem não toma sua cruz e não me segue, não é digno de mim.” (Mt 10,18). Nestas palavras do Senhor vemos a exigência do seu chamado em nossas vidas, chamado esse que exige de nós uma renúncia de vida, sonhos, projetos, sentimentos e idealizações. Seguir a Jesus é seguir não só um estilo de vida, mais acima de tudo seguir uma pessoa que tem o poder de transformar nossas vidas naquilo que de melhor podemos ser, por isso, é necessário e primordial diante de do chamado de Deus sermos capazes de renunciarmos a nossa “liberdade”.
Mais que liberdade? A liberdade de controlarmos e guiarmos nossas vidas por nós mesmos. Deus nunca fez nada sem nossa liberdade, que é uma espécie de pérola preciosa de nosso estado de criaturas. Com efeito, a pessoa não é nada sem essa capacidade de ser livre, ou pelo menos se tornar livre. “Torna-se livre”, pois não o somos imediatamente. A liberdade é um ato livre de conquista como dom de Deus. Somos escravos de nossa própria liberdade, ou melhor, do mau uso de nossa liberdade, colocamos em nós prisões de “liberdade”: lembranças, paixões, desejos, pecados, medos, traumas etc. A nossa liberdade necessitará se libertar para torna-se real. E a forma de nos libertarmos para uma verdadeira liberdade é através da renuncia.
Renúncia é uma palavra já muito gasta em nosso vocabulário cristão, mais não compreendida a luz de seu verdadeiro sentido. Renúncia é a capacidade interior, mais que exterior de abandonar a tudo que nos escraviza e nos limita de amar a Deus e vivermos seu amor e sua santa vontade, é a capacidade de nos doarmos por inteiro e sem reservas a uma vocação própria e específica que Deus nos chama.
Vida cristã nenhuma se faz sem renúncia de “vida”. Somente quem entendeu na vida que é necessário perder para Deus para ganhar, é que pode ser livre. Uma vida cristã só é verdadeira, plena e viva se for acompanhada pelo sacrifício, penitência e abnegação que em suma é a própria renúncia. A verdadeira renúncia é um dom do Espírito Santo aos corações, é sua ação amorosa e libertadora na alma humana. Só teremos uma humanidade de “homens e mulheres novos”, se houver uma humanidade capaz de seguir uma vida de renúncia dos prazeres, dos divertimentos vazios, das paixões desordenadas e de uma falsa “independência” de Deus e suas leis.
Os verdadeiros cristãos se provam pela qualidade das renúncias que fizeram em suas vidas. É preciso deixar nosso coração compreender que Deus não nos quer pela metade ou somos Dele por completo ou não o somos, e isso só se faz com renúncia, ou então nossa vida será marcada pela mentira e pela ilusão de sermos de Deus, quando na verdade somos de nós mesmos. Saibamos “Deus tem ciúmes de seus escolhidos”, Ele não permite e não aceita nada pela metade. Por isso no livro do Apocalipse lembrou: “Porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te da minha boca” (3,16), ou seja, com Deus ou somos tudo ou somos nada!
A Virgem Maria é o modelo de renúncia de vida pelo Reino, Ela nos aponta o prêmio dos que abandonam tudo para seguir a Jesus e mais que isso, Ela nos ensina a vivermos a renúncia nos dando a si mesma como espelho e modelo de vida. Que possamos seguir a Virgem Santíssima neste itinerário de santidade pela renúncia.
Que Deus abençoe a todos e que a Virgem Maria nos guie e sustente!
Lee Anderson Rebouças, CSR

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Virgem Maria, sinal de Deus para nós


No mundo marcado pelo poder, ela se fez escrava do Senhor  

Deus fala sempre e é necessário apurar os ouvidos diante de Suas Palavras. Muitas vezes, o silêncio é a Sua voz (Cf. Is 30,15; Sl 64,2), outras se manifestam por meio de pessoas por Ele enviadas, cujos gestos e respostas aos apelos do Senhor são altamente eloquentes. Grita bem forte, diante da história, o sinal que é a Igreja, esposa de Cristo, cuidada com amor por aquele que se entregou para fazê-la santa e imaculada.Sinal de Deus é o fato de ser esta mesma Igreja constituída por homens e mulheres marcados pela fragilidade comum a toda a natureza humana, mas tocados pela graça de Deus, que os conduz progressivamente à estatura de Cristo (Cf. Ef 4,13-16). O mistério de Cristo, luz do mundo, há de resplandecer na face da Igreja.

Tudo o que se diz da Igreja, em geral, pode ser aplicado em particular àquela que foi escolhida e preparada pelo Pai do Céu para ser Mãe de Seu Filho amado, a Virgem Maria, Imaculada, assunta ao céu, sinal de Deus para o mundo. Por outro lado, tudo o que se diz de Maria pode ser aplicado à Igreja no seu conjunto, como graça e vocação (Cf. Ap 11,19; 12,1-10). Ao celebrarmos com a Igreja a Festa da Assunção de Nossa Senhora, deparamo-nos com uma torrente de ensinamentos a serem colhidos com sabedoria, ainda que não sejamos capazes de absorver toda a riqueza dos mistérios de Deus, realizados em santa cumplicidade com a humanidade, nos quais nos envolvemos, com Maria e do modo de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

O fato de Deus ter preservado a Virgem Maria 
da corrupção, elevando-a em corpo e alma, “assumindo-a” na “assunção”, traz consigo a lição do grande valor dado por Deus a tudo o que é humano. Não nos é lícito desprezar o corpo humano, as realidades terrestres destinadas a contribuírem à realização das pessoas, a beleza da natureza, o relacionamento entre elas. Tudo tem um destino de felicidade e de eternidade, tanto que buscamos um novo céu e uma nova terra, onde Deus será tudo em todos! É inclusive condição para a realização humana nesta terra o olhar otimista dos cristãos em relação a toda a criação. Cabe a eles  passar pelas estradas do mundo plantando e colhendo o bem, recuperando a realidade e o sonho oferecidos por Deus no Livro do Gênesis, pois ele nos quer felizes no Paraíso. Nossa vida na terra é ao, mesmo tempo, saudade e esperança do Paraíso. Em Cristo, Salvador e Redentor, tudo é recapitulado, ganha um novo e definitivo sentido.

Olhar para o grande sinal aparecido do no céu e dar-lhe um nome: Maria!– traz ainda a grande certeza de termos uma Mãe no Céu, criatura como todos nós, mas escolhida, preservada do mal e elevada à comunhão plena com a Trindade. Um privilégio e uma graça que a tornou missionária. Ela chegou na frente para nos mostrar a estrada. Bendita entre todas as mulheres (Lc 1,39-45) para nos mostrar o caminho da bênção. Ela é Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora do presente e do futuro! Junto de Deus está a nossa humanidade. Estabeleceu-se um laço definitivo pelo que nós podemos renunciar a olhar para o Céu e caminhar para lá. 

Olhando para aquela que foi assunta ao Céu, parece-me encontrá-la realizada aqui na terra, em muitas outras pessoas que trazem os traços de Maria. Dentre tantas, no mês dedicado às diversas vocações na Igreja, volto meu olhar para os homens e mulheres que descobriram um chamado semelhante ao de Maria, tornando-se sinais da plenitude do Reino de Deus, na vida religiosa. Quando muitos põem toda a esperança nos bens da terra, a vida religiosa proclama a plenitude de Deus, com a bem-aventurança da pobreza, transformada em voto, entrega total de vida, e diz a todos que Deus eleva os humildes, despede os ricos de mãos vazias e sacia de bens os famintos. Com a virgindade e a castidade vividas e testemunhadas, os religiosos e as religiosas reconhecem que Deus olhou para a pequenez de seus servos e servas, e o proclamam senhor de todos os seus afetos, dispostos a construir a fraternidade, não constituindo para si uma família própria, mas suscitando a ternura da família dos filhos de Deus.

Ao mundo que luta pelo poder e o domínio de uns sobre os outros, a vida religiosa proclama, com o desafiador voto de obediência – “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” – que Deus derruba do trono os poderosos. Nos religiosos e nas religiosas o Senhor Jesus quer continuar a se fazer servo, obediente até à morte, e morte de Cruz (Cf. Fl 2,1-11). São pessoas que podem ser parecidas com Nossa Senhora, são homens e mulheres “apressados”, desejosos de viver, desde já, os valores da eternidade. Sintam-se reconhecidos e valorizados pela sociedade, pela Igreja e por todas as pessoas que têm sede de Deus e muitos jovens experimentem o chamado a seguir Jesus de perto nesta forma de entrega à Igreja e ao Reino de Deus.


Com Nossa Senhora, com a Igreja e com as pessoas consagradas na Castidade, na Pobreza e na Obediência, pedimos ao Pai, Deus e eterno e todo-poderoso, aquele que elevou à glória do Céu, em corpo e alma a Virgem Maria, que nos faça viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória. 

Dom Alberto Taveira Corrêa

. É proibido ajoelhar-se durante a consagração?


Como você tem construído seus planos?


Repense o seu modo de ver a vida

Em nossa vida fazemos planos, estabelemos metas e, com isso, visualizamos situações que “podem vir a ser”, que “podem ocorrer”, e nos colocamos numa posição de expectativa e investimento de energia, trabalho e emoção. As expectativas de vida podem, em algum momento, concretizar-se ou não.
O acúmulo de expectativas e situações não resolvidas, bem como problemas cotidianos, profissionais e pessoais podem nos levar ao famoso estresse, que não vem apenas por aquilo que está externo a nós e visível, como problemas, pessoas, falta de dinheiro, desemprego, etc., mas especialmente ao que chamamos de fatores internos, e um em especial: a maneira como interpretamos a vida e seus acontecimentos, as pessoas com as quais convivemos, as situações pelas quais passamos.

Geramos ou pioramos um estado de estresse pela forma como encaramos a vida. Quer um exemplo bem simples de como isso acontece? Por um descuido, você bate seu carro. Não é nada grave, não houve vítimas. Qual a solução mais prática? Buscar um funileiro, avaliar os danos, fazer o orçamento, as formas de pagamento, se você pode ou não pagar agora e decidir por fazer o conserto. Isso é prático, racional e direto (mesmo sabendo que haverá um gasto e que você não poderá pagá-lo agora).

Porém, um modo que gera grande desgaste é olhar para a mesma situação cobrando-se: “Eu fiz tudo errado! Como pude bater este carro! Eu não me perdoo, sou mesmo um idiota”. Todos esses pensamentos estressantes e autopunitivos trouxeram alguma solução? Certamente não. Percebe agora como nossos pensamentos e crenças pessoais podem influenciar nossa reação diante de um acontecimento?

A forma como interpretamos as situações e o modo como nossos pensamentos se desenrolam desencadeiam, portanto, a produção do famoso estresse. Crença é aquilo que dá significado à nossa vida. Se eu creio em Deus, meus atos tendem a ser pautados por essa crença. Por outro lado, se creio que tudo será péssimo, que não sou capaz, que nada dá certo comigo ou que nunca minhas expectativas darão certo, temos aí um bom caminho para atitudes desfavoráveis e um amontoado de novos pensamentos negativos e um belo caminho para o adoecimento e para um círculo contínuo e vicioso de estresse.

Muitas vezes, quando estamos nesse estado, achamos mil desculpas para justificá-lo: "Estou estressado porque meu carro quebrou". Ou: "Porque meu time perdeu", assim como: "Porque meu namoro acabou", porque ... porque... porque... sempre baseados em fatos externos. 

Você já parou para pensar qual é a sua parcela de responsabilidade diante do que não deu certo? Será que não é devido à sua forma de ver o mundo que o estresse acontece e com ele todas as consequências físicas e emocionais em sua vida?

Faço este convite a você: pare e observe como você encara o mundo ao seu redor. Este pode ser um primeiro passo para não ser refém da vida e dar um novo significado à sua história.

Quem é Jesus Cristo para você?


Hoje, o Senhor lhe faz esta pergunta


Em certo momento da nossa vida cristã, nos será revelada a resposta a esta questão. Deus se revela a nós para que O conheçamos e, conhecendo-O, possamos Lhe responder como Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Naquele momento, Deus-Pai revelou ao discípulo a identidade de Jesus Cristo e isso determinou a vida e a missão do apóstolo, pois o Senhor se revela ao homem para que este seja participante de Sua vida e de Sua ação neste mundo.

Na profissão de fé de Pedro, revela-se o desígnio de Deus a seu respeito. Como primeiro entre os apóstolos, ele é chamado a confirmar, na fé, os seus irmãos. Porém, a sua vocação não se realizou por suas próprias forças. Temos uma prova disso logo depois de Jesus dizer que sobre Pedro edificaria a Sua Igreja e lhe entregaria as chaves do Reino dos Céus (cf. Mt 16, 18-19). O Mestre disse aos discípulos que deveria ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, do sumo sacerdote e dos mestres da Lei, seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia (cf. Mt 16,21).

Pedro, sem pensar muito, disse: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!” (Mt 16,22). Tendo ouvido isso, Jesus repreende-o: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!” (Mt 16,23). Depois da linda confissão de fé de Simão Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16), ele demonstra que não havia entendido nada do desígnio de Deus a respeito do sacrifício de Jesus, muito menos a respeito dele.
Isso fica, claro, quando Jesus é preso no Monte das Oliveiras. Pedro, tentando defender o Mestre, toma a espada e corta a orelha de um dos servos dos sumo sacerdote (cf. Jo 18,10). Novamente, Simão é repreendido por Jesus que diz: “Guarda a tua espada na bainha. Será que não vou beber o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18,11). Logo depois, Pedro seguiu Jesus e foi interrogado, por três vezes, se ele não era um dos discípulos de Cristo. Ele negou Jesus nessas três vezes e, como havia sido dito pelo Mestre, imediatamente o galo cantou (cf. Jo 18, 13-27).

Mesmo depois de tudo isso, Jesus aparece para os discípulos e confirma a missão de Pedro, perguntando-lhe, por três vezes se ele O amava. Pedro, por sua vez, repete também por três vezes que O ama. Em resposta, por três vezes, Jesus confirma-o dizendo: “Apascenta as minhas ovelhas”. Depois, Ele continuou dizendo com que tipo de morte Pedro glorificaria a Deus (cf. Jo 21,15-20).

Como compreender que Pedro, depois de tudo o que fez, decepcionado consigo mesmo, ainda poderia realizar a missão que Jesus lhe confiou? Para responder esta questão, nos voltamos para o acontecimento do Pentecostes. Depois, da morte, ressurreição e ascensão de Jesus, em obediência a Ele, os apóstolos e discípulos estavam reunidos em Jerusalém, juntamente com a Virgem Maria (cf. At 1, 14). Eles estavam unidos em oração quando receberam o Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (cf. At 2, 4).

Depois de receber o dom do Espírito, Pedro começou a pregar e, de uma só vez, mais de três mil pessoas se converteram. O segredo do êxito de Pedro foi a fidelidade na oração em comum, juntamente com Maria, a Mãe de Jesus. Se queremos ser fiéis à vocação que o Senhor nos confiou, perseveremos na oração na Igreja, em comunidade, junto com Nossa Senhora. Maria, que é cheia do Espírito Santo, nos dá a docilidade necessária para a ação do Espírito em nós. Pelo mesmo Espírito, professamos a nossa fé em Jesus Cristo e podemos ser fiéis à vocação que Ele nos confiou.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Eliminando os maus vícios


Para manter-se fiel é preciso ser coerente

Nossa vida nem sempre está preparada para acolher novidades, projetos novos, etc. A vida pode ser comparada a um campo virgem; no momento em que se deseja plantar nele, é preciso prepará-lo bem. O agricultor, que somos nós, prepara o terreno, busca fertilizar a terra e só depois planta os grãos. Enquanto não era fértil, nada nele crescia, mas agora que o terreno é bom, nele também podem crescer sementes de outras plantas que não foram semeadas, que estavam ali antes do solo ser adubado e que colocam em risco a boa semente. Assim também acontece com um ideal.

Ao lado de um ideal, surgem também vícios e hábitos adquiridos antes dele, os quais, se não forem combatidos, acabam por ferir ou mesmo destruir todo o objetivo, todo o projeto e, por fim, toda a vida. Não é possível cultivar costumes de naturezas diversas no mesmo campo. No Evangelho de Mateus (Mt 13), encontramos a parábola do semeador e vemos os riscos que a semente corre para seu desenvolvimento, porque o terreno está cheio de hostilidades. Se os espinhos crescem ao lado da boa semente, podem vir a sufocá-la. O ideal, que é a semente, era boa; a terra era de boa qualidade e fertilizada, mas as pragas do campo terminaram por sufocar a semente.

O bom trigo não cresce onde os espinhos não são arrancados. Por isso, se não arrancamos de nós os hábitos contrários aos nossos projetos, eles acabarão sufocando aquilo que de bom estávamos cultivando. Ao lado de um ideal sempre crescem seus opostos; se algo é exigente, a preguiça e a distração logo se achegam como uma força contrária que impulsiona a abandonar tudo. Podemos ter os melhores projetos e propósitos, mas se não estivermos atentos às vozes contrárias que se insinuam, desorganizam nossa vida e enfraquecem nossas determinações, teremos nosso terreno, onde foi semeado o bom trigo, transformado em um grande matagal de espinhos; pior ainda quando se termina por apenas justificar a infidelidade e abandonar o terreno.
É sempre muito forte em nós um hábito antigo, um vício, etc. Se não ficarmos atentos, podemos, depois de ter trabalhado tanto, ter nosso terreno transformado em selva. Imagine tanto tempo e esforço investido em algo que, depois, termina em nada, porque faltou o último esforço. Parecendo com alguém que prepara um bolo e, depois, o deixa queimar no forno, perdendo, assim, os ingredientes e o esforço, ainda sobrando a fôrma para ser lavada.

Um exemplo disto nos dá São Paulo (1Cor 9,24-25): “Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem para conseguir uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível”.

Não se compreende alguém que, desejando um casamento feliz, não procura crescer nas qualidades necessárias para um bom matrimônio e termina por destruí-lo apenas por não ter lutado contra os hábitos incompatíveis a ele. Ou alguém que, num momento de dificuldade, não busca adequar seu jeito de ser ou comportamento, de tal forma que possa superar o problema. A boa disposição deve comportar a capacidade de privar-se daquilo que é menor que o ideal, de tal forma a poder conquistá-lo. Não é possível ficar com a melhor parte de tudo.

Para manter-se fiel e perseverante é preciso ser coerente. Quando se propõe uma meta, um ideal de vida e um crescimento é preciso limpar a alma do vício que lhe é contrário. Interessante que uma gota de veneno em um copo de água limpa torna toda a água um veneno; mesmo a proporção do mal sendo pequena, ele é sempre nocivo. É preciso escolher. Não pode haver incompatibilidade entre os ideais e os meios para atingi-los. Devemos rejeitar tudo que é incompatível com nosso ideal de vida para conseguirmos realizá-lo um dia. Uma vez que se deseja algo também é preciso desejar os meios corretos que conduzem a ele, mesmo que existam incômodos que, se rejeitados, conduziriam o ideal ao fracasso.
Padre Antônio Xavier - Comunidade Canção Nova